Existe muita conversa e polêmica sobre o que é ou não inovação. Claro que isso já é discutido há muito tempo em outras áreas diferentes de tecnologia… Mas o que você realmente precisa saber é:
- Inovação é a aplicação com sucesso de uma nova ideia. A inovação pode ser radical ou incremental.
- A radical, também conhecida como disruptiva, abre novos mercados, quebrando paradigmas estabelecidos e criando/mudando todo um setor de consumo.
- A incremental revê, combina e adapta processos ou produtos já existentes com novas ideias para reduzir os custos, aumentar a produtividade ou melhorar margens de lucro.
Um bom exemplo de inovação radical recente no mundo de tecnologia é o conjunto de algoritmos para page rank do Google, que leva em conta uma abordagem totalmente disruptiva para definir a relevância na busca. Na era pré-Google, cada mecanismo de busca reinava por dois anos até ser substituído por um levemente mais eficiente… Desde 1999, o Google domina este mercado sem um competidor que tome sua liderança.
Um bom exemplo de inovação incremental é o Adwords, também do Google. Inserir anúncios relevantes em cada busca através de um leilão reverso já era uma ideia bastante conhecida e usada pelo Goto.com, que recebeu muitas críticas por misturar ads e resultados de busca em uma mesma listagem. O que o Google fez foi inovar no processo: separar os anúncios à direita, sem misturá-los aos resultados da busca, e usar a sua escalada de audiência para divulgar o produto. Quando seu estoque de páginas estava ficando pequeno para as metas de faturamento, uma nova proposta foi criada: o Adsense. Usando páginas de toda a Internet para veicular o estoque de anúncios – e não somente resultados de busca – o Google passou a compartilhar sua receita com sites relevantes e passou a faturar ainda mais.
Mas não se preocupe, porque detectar a inovação é difícil e seguir suas pistas é uma arte extremamente subjetiva.
Adaptação é Inovação?
Estamos pisando em terras brasileiras. Como têm sido as coisas por aqui?
O Fábio Seixas soube abrasileirar muito bem o Threadless quando lançou a Camiseteria. A Netmovies previu que o modelo de entrega via correio do Netflix poderia não funcionar no Brasil, e criou uma logística de entrega e recebimento com motoboys. A Moip criou alternativas de débito em conta e transferência bancária, e tenta apresentar vantagens no prazo de recebimento frente ao PagSeguro… sendo que as duas startups apostam na adaptação do Paypal para o Brasil.
Esses são exemplos excelentes de adaptação e aculturamento de um projeto estrangeiro, mas podemos considerá-los inovação?
Vejamos o exemplo do Júlio Vasconcellos, que recentemente criou o Peixe Urbano com adaptações a partir do Groupon. Na cola do Peixe Urbano tem mais um brasileiro, o CityBest… Quer entender como funciona o modelo de negócios? Veja os vídeos do CityBest e Groupon abaixo (não há vídeo do Peixe Urbano disponível na Internet):
O fato de serem similares ao Groupon desmerece os dois projetos brasileiros? Claro que não. Junte a essa lista o antigo Rec6 e o Digg, ou o OLX e o Craiglist… Existe inovação? Não de forma aparente. Há adaptações, pequenos retoques no modelo de negócios, ou o fato de levar o produto a um nicho que ainda o desconhece. Certo?
Receita ou Inovação?
Claro que é importante incentivar a inovação: a probabilidade de uma inovação radical ser escalável e gerar muito retorno é maior… mesmo assim, vimos que muitas inovações incrementais – ou mesmo adaptações – podem trazer um excelente retorno para seus investidores e empreendedores. Então o que querem os VCs brasileiros: um bom prêmio sobre o investimento, ou financiar a inovação?
Hoje, deveriam querer uma coisa diferente: os VCs deveriam perseguir uma carteira mais diluída e com tickets bem menores para investimento, antes de reclamarem que não têm projetos escaláveis com ótimo retorno no futuro. Porque cá entre nós, parece que os angels não vão evoluir na velocidade que os VCs esperam… Para isso, os VCs poderiam criar braços de atuação menos promissora, mas aumentando seu risco para tentar fomentar um ecossistema ainda em formação. V em VC é de venture, e os investidores brasileiros têm duas escolhas: ou vão investir em outros países, ou precisam ajudar a fomentar seu próprio mercado.
Vou repetir um exemplo já usado no blog: o Videolog. Ele surgiu alguns meses antes do Youtube, só que no Brasil. Caso não tivesse estabelecido parcerias para sediar sua infra desde o nascimento – Embratel, Oi, UOL – o Videolog teria morrido. Os VCs brasileiros perderam a chance de investir no Videolog antes do Google pagar US$ 1,65 bi no Youtube… Ou melhor: vamos supor que o twitter tivesse nascido no Brasil. Algum angel brasileiro teria investido para manter sua operação inicial? Deixo para você mesmo dar essa resposta.
Startups no Brasil | Startups nos EUA |
Conclusões
Todo VC quer mesmo um Buscapé… mas esse é nosso único grande case em 10 anos. O fato é que nesse passo, teremos passado décadas até existirem boas oportunidades de investimento para alimentar o crescente número de fundos de seed capital que abrirão suas portas em 2010.
No último dia 20/4, tivemos opiniões interessantes sobre esse tema divulgadas no twitter devido ao evento do #GVCepe:
- Eric Acher da Monashees citou que “nos EUA, há toda uma cadeia financeira formada e experiente em startups de tecnologia” e que “não adianta apenas grandes fundos de venture capital e private equity, angel investors precisam qualificar empreendedores”. Respondendo a uma pergunta sobre avaliação de projetos, disse “faltam empreendedores e cases”.
- Francisco Jardim do Fundo Criatec disse que “o israelense nasce pensando em empreender globalmente, pois é um mercado local pequeno cercado de grandes mercados hostis”.
Será que antes de falarmos em inovação, não precisamos investir nesse gap cultural e resolver a falta de maturidade generalizada do empreendedor brasileiro em criar modelos de negócio simples, escaláveis e que possam dominar o mundo? Será que conseguimos chegar lá? Será que dizer “não temos um mercado de angel investors” e esperar anos até que ele brote será mesmo uma boa? Existem boas oportunidades aqui e agora, não vale a pena lapidá-las e ajudá-las a ganharem o mundo?
Com certeza as idéias aqui não são um incentivo à cópia, como alguns entenderam do post anterior. Caso você ache as ponderações válidas, que tal tirarmos conclusões sobre esse tema juntos? Para direcionar a discussão, compartilhe sua opinião respondendo a alguma das três perguntas abaixo:
- Você considera que adaptar algo de fora é inovação?
- Quais outras startups de tecnologia brasileiras você considera adaptações diretas de serviços estrangeiros?
- Quais startups de tecnologia brasileiras você considera realmente inovadoras?
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63 Comments on "Startups brasileiras inovadoras?"
Paulo Cassiano
21/04/2010texto ph**da!
Paulo Cassiano
21/04/2010texto ph**da!
Eric Santos
21/04/2010Novamente, ótimo post Yuri!
Mais do que a questão da inovação (extensivamente coberta no texto e comentários do post anterior), desta vez você "tocou na ferida" dos VCs aqui no Brasil.
Pessoalmente, tenho a impressão de que nem vale a pena dar "murro em ponta de faca" e tentar mudar a cabeça de alguns que se dizem VCs aqui. Acredito que os melhores negócios virão para quem souber fazer investimentos early-stage e aplicar coaching e processos para maximizar as chances de sucesso das Startups investidas, que como você argumentou, não precisam se propor a fazer inovações radicais na maioria das vezes.
Se os VCs ou fundos não perceberem isso, vão perder as melhores oportunidades, já que está cada vez mais barato criar negócios lucrativos na Web e em muitos casos o seed money já vai resolver o problema do financiamento (ou no mínimo o empreendedor vai estar em condições muito melhores para levantar o "Series A").
Abs!
@ericnsantos
Osvaldo Santana Neto
21/04/2010Vamos participar do exercício então... Vale lembrar que são opiniões pessoais apenas. Minha visão sobre o assunto.
1. Não, eu não acho que adaptar algo de fora seja inovação. Mas algumas adaptações brasileiras acrescentam características inovadoras em suas adaptações. Acho também que são raros os casos onde uma inovação disruptiva possa surgir daí. O próprio conceito de inovação disruptiva contradiz um pouco a idéia de adaptação.
2. Algumas já foram citadas no artigo (Rec6, Camiseteria, Netmovies, ...). Encurtadores de URL brasileiros também. Eu considero que algumas empresas (como a boo-box e Ninui) estão no meio do caminho entre uma adaptação direta e algo realmente inovador (o modelo já existia mas a forma de trabalhar esse modelo é uma inovadora).
3. Compras3 (não conheço outra startup que tenha explorado a idéia de compra colaborativa, mas pode ser só ignorância minha), Videolog e T!V! (pelos motivos já citados no artigo), Nuswit, etc.
Nota off-topic: Entre as startups de tecnologia (principalmente web) existe uma característica *técnica* que está presente em quase todas as empresas realmente inovadoras estrangeiras e que as startups brasileiras raramente (nunca?) conseguem reproduzir: a capacidade de transformar seus produtos em plataformas para construção de outros produtos. Exemplo: plataformas do Google (orkut, Apps, AppEngine, ...), Facebook, Twitter, Salesforce, Amazon, ...
Eric Santos
21/04/2010Novamente, ótimo post Yuri!
Mais do que a questão da inovação (extensivamente coberta no texto e comentários do post anterior), desta vez você "tocou na ferida" dos VCs aqui no Brasil.
Pessoalmente, tenho a impressão de que nem vale a pena dar "murro em ponta de faca" e tentar mudar a cabeça de alguns que se dizem VCs aqui. Acredito que os melhores negócios virão para quem souber fazer investimentos early-stage e aplicar coaching e processos para maximizar as chances de sucesso das Startups investidas, que como você argumentou, não precisam se propor a fazer inovações radicais na maioria das vezes.
Se os VCs ou fundos não perceberem isso, vão perder as melhores oportunidades, já que está cada vez mais barato criar negócios lucrativos na Web e em muitos casos o seed money já vai resolver o problema do financiamento (ou no mínimo o empreendedor vai estar em condições muito melhores para levantar o "Series A").
Abs!
@ericnsantos
Millor Machado
21/04/2010Yuri,
Gostei bastante do post, acho que vai gerar um debate interessante.
Tenho 2 pontos principais sobre ele.
1. Concordo que um bom empreendimento não necessariamente precisa de uma ideia inovadora
Existem infinitos fatores que podem ser percebidos como um diferencial e ser algo único é só um deles. Pra mim o fator mais importante de todos é a comodidade.
Pra mim um caso claro é a Temakeria que está do lado de casa. A comida não é a melhor, é caríssimo e o atendimento não é lá essas coisas. Mas fica do lado de casa e fica aberto até altas horas. Ou seja, estou sempre lá.
Por outro lado vejo a boo-box. Tem uma ideia fantástica, altamente inovadora, mas simplesmente não funciona. Quem já tentou configurar um anúncio que não seja de CDs de Sertanejo ou precisou esperar mais de 90 dias pra receber o pagamento de uma campanha sabe do que estou falando.
2. O ambiente brasileiro é inóspito para quem não tem um modelo de negócios sólido. Quem tem uma proposta clara de valor se vira em qualquer lugar do mundo
Tudo bem que ao não investir em ideias mega disruptivas e sem modelo de negócios claro, perdemos a chance de ter um Google, Twitter, Digg, etc.
Mas quem quer inovar e tem um modelo de negócios do tipo "Eu te dou esse produto/serviço e você me paga por isso" não pode reclamar.
Todos os exemplos que você citou (Camiseteria, Mercado Livre e Netmovies) tem um modelo de negócios que qualquer leigo entende.
Outro exemplo é a ISO Online que foi criada por uma equipe que não entende nada de internet. Eles sabem muito sobre certificação ISO 9001, então contrataram uma software house para o desenvolvimento e desde o 1o mês no ar o sistema já é lucrativo. Sem um centavo de venture capital.
Resumindo, não acho que startups fiquem travadas por falta de financiamento ou de um modelo disruptivo. E sim por falta de uma proposta de valor clara, que o público não-geek consiga entender.
Abraços!
Matt
21/04/20101. Cópia na língua nativa. Contudo, com adaptações e um avanço no modelo, já pode ser sim uma inovação.
2. BuzzVolume, Pagamento Digital, Brasigo e por aí vamos..
3. Videolog (mesmo que extremamente ofuscado pelo youtube)
Fabio Seixas
21/04/2010Yuri, parabéns pelo texto.
Tenho uma visão bem clara desse assunto. Não condeno, de forma alguma, qualquer empresa que tenha se baseado num modelo de negócio inventado por terceiros. Esse tipo de inspiração é extremamente positiva para o mercado, tanto é que modelos de negócio não são passíveis de serem patenteados. Se isso fosse possível, teríamos uma grande pedra amarrada no pé do desenvolvimento econômico mundial, em especial, a concorrência. Se fosse assim, só existiria uma empresa farmacêutica, um fabricante de carros, um rede de supermercados.
A verdade é que, mesmo no cenário mundial, apenas um pequeno percentual das empresas são baseadas em ideias realmente inovadoras. Sim, essas empresas são muito importantes, mas não menos importantes que todas as outras empresa que não são baseadas em ideias inéditas. São essas últimas que de fato geram a maior parte do fluxo de capital mundial e que sustentam o ecossistema econômico e que, por sua vez, permite que empresas inovadoras surjam.
Acho que toda essa questão está relacionada ao risco. Falemos do Brasil em especial. É fato que não temos um ecossistema de venture capital bem desenvolvido, ou pelo menos não tão bem desenvolvido como nos EUA, berço de grandes empresas de tecnologia com modelos de negócio inovadores. O empreendedor, aquele que tem a veia ou que a está descobrindo, ao analisar uma oportunidade de um novo negócio, precisa avaliar o risco do empreendimento. Qual a chance desse negócio dar certo ou falhar? Pela falta de um bem desenvolvido ecossistema de VC no Brasil, o empreendedor vê na adaptação de um modelo de negócio criado por terceiros uma bela oportunidade de reduzir drasticamente o risco do negócio. Nesse caso, o VCs atuam, olhando pelo aspecto pessoal do empreendedor, como um colchão que irá lhe permitir arriscar mais do que com, digamos, um modelo de negócio totalmente inovador. Estou falando daquele empreendedor que não tem dinheiro sobrando, que faz das tripas coração para arrumar dinheiro e fazer o bootstrap de sua empresa. Imagine esse sujeito que tem uma pequena economia guardada e que não pode se dar ao luxo de arriscar demais. Uma vez que exista um VC criando um colchão para o empreendedor (volto a dizer, referindo-me exclusivamente ao aspecto pessoal do empreendedor) este pode se dar ao luxo de arriscar mais, seja com um modelo de negócio extremamente inovador e inédito ou não.
Falo isso pela minha própria experiência pessoal. Eu quebrei três empresas antes de criar o Camiseteria. Fechei minha terceira empresa em 2002 e fiquei longos 3 anos buscando uma oportunidade, justamente na época pós-bolha onde o mercado ainda estava ensaiando sua volta. Quando surgiu a oportunidade de nacionalizar o modelo de negócio do Threadless, vi ali uma forma de criar o que viria a ser o meu novo empreendimento e ainda assim fazê-lo com risco bastante moderado e sem necessidade de capital de risco. Eu poderia ter insistido em querer criar uma empresa baseada numa ideia inovadora e inédita (eu pensava nisso, obviamente) mas teria sido romântico demais da minha parte. Nem minha conta bancária nem o escasso apoio de VCs na época me permitiram seguir esse caminho.
Como empreendedor, não tenham dúvidas de que sonho em, algum dia, criar uma empresa de sucesso inovadora e inédita. Creio que esse é o nirvana para qualquer empreendedor. Mas como todo empreendedor de sucesso tem como característica a capacidade de avaliar e reduzir riscos, deixo essa ideia romântica para quando o ecossistema nacional de VCs estiver melhor desenvolvido ou quando minha conta bancária assim permitir.
Ou seja, o desenvolvimento do ecossistema de VCs no Brasil irá permitir que mais empresas com ideias inovadoras e inéditas surjam e conquistem o mundo. Mas não menos empresas baseadas em modelos de negócio criados por terceiros.
Enfim, respondendo às suas perguntas:
1- Trazer uma inovação para um novo mercado mercado não deixa de ser uma inovação. Não a inovação do modelo de negócio em si, mas o simples fato de ter havido a sagacidade de perceber a demanda e a oportunidade e de ter criado um novo segmento de mercado, questionado o status quo desse segmento da economia é, de fato, uma inovação. Cabe ai também o aspecto de que a forma como a empresa é implantada e gerida também pode representar diversas inovações. Eu mesmo, implementei várias características de gestão no Camiseteria que foram inovadoras na sua época. Ou seja, a inovação não está somente na ideia, mas também na implantação/execução/gestão.
2- Cito vários exemplos, além de complementar todo esse assunto, num post meu escrito em 2006 chamado "Clonagem de modelos de negócio": http://blog.fabioseixas.com.br/archives/2006/12/clonagem_de_mod.html
3- Não precisamos pensar exclusivamente em tecnologia relacionada à Internet. Veja aqui 3 exemplos brasileiros de empresas de tecnologia bastante inovadoras: http://techcrunch.com/2010/03/10/brazil-copy-cats-what-copy-cats/
Osvaldo Santana Neto
21/04/2010Vamos participar do exercício então... Vale lembrar que são opiniões pessoais apenas. Minha visão sobre o assunto.
1. Não, eu não acho que adaptar algo de fora seja inovação. Mas algumas adaptações brasileiras acrescentam características inovadoras em suas adaptações. Acho também que são raros os casos onde uma inovação disruptiva possa surgir daí. O próprio conceito de inovação disruptiva contradiz um pouco a idéia de adaptação.
2. Algumas já foram citadas no artigo (Rec6, Camiseteria, Netmovies, ...). Encurtadores de URL brasileiros também. Eu considero que algumas empresas (como a boo-box e Ninui) estão no meio do caminho entre uma adaptação direta e algo realmente inovador (o modelo já existia mas a forma de trabalhar esse modelo é uma inovadora).
3. Compras3 (não conheço outra startup que tenha explorado a idéia de compra colaborativa, mas pode ser só ignorância minha), Videolog e T!V! (pelos motivos já citados no artigo), Nuswit, etc.
Nota off-topic: Entre as startups de tecnologia (principalmente web) existe uma característica *técnica* que está presente em quase todas as empresas realmente inovadoras estrangeiras e que as startups brasileiras raramente (nunca?) conseguem reproduzir: a capacidade de transformar seus produtos em plataformas para construção de outros produtos. Exemplo: plataformas do Google (orkut, Apps, AppEngine, ...), Facebook, Twitter, Salesforce, Amazon, ...
Millor Machado
21/04/2010Yuri,
Gostei bastante do post, acho que vai gerar um debate interessante.
Tenho 2 pontos principais sobre ele.
1. Concordo que um bom empreendimento não necessariamente precisa de uma ideia inovadora
Existem infinitos fatores que podem ser percebidos como um diferencial e ser algo único é só um deles. Pra mim o fator mais importante de todos é a comodidade.
Pra mim um caso claro é a Temakeria que está do lado de casa. A comida não é a melhor, é caríssimo e o atendimento não é lá essas coisas. Mas fica do lado de casa e fica aberto até altas horas. Ou seja, estou sempre lá.
Por outro lado vejo a boo-box. Tem uma ideia fantástica, altamente inovadora, mas simplesmente não funciona. Quem já tentou configurar um anúncio que não seja de CDs de Sertanejo ou precisou esperar mais de 90 dias pra receber o pagamento de uma campanha sabe do que estou falando.
2. O ambiente brasileiro é inóspito para quem não tem um modelo de negócios sólido. Quem tem uma proposta clara de valor se vira em qualquer lugar do mundo
Tudo bem que ao não investir em ideias mega disruptivas e sem modelo de negócios claro, perdemos a chance de ter um Google, Twitter, Digg, etc.
Mas quem quer inovar e tem um modelo de negócios do tipo "Eu te dou esse produto/serviço e você me paga por isso" não pode reclamar.
Todos os exemplos que você citou (Camiseteria, Mercado Livre e Netmovies) tem um modelo de negócios que qualquer leigo entende.
Outro exemplo é a ISO Online que foi criada por uma equipe que não entende nada de internet. Eles sabem muito sobre certificação ISO 9001, então contrataram uma software house para o desenvolvimento e desde o 1o mês no ar o sistema já é lucrativo. Sem um centavo de venture capital.
Resumindo, não acho que startups fiquem travadas por falta de financiamento ou de um modelo disruptivo. E sim por falta de uma proposta de valor clara, que o público não-geek consiga entender.
Abraços!
eusouomatt
21/04/20101. Cópia na língua nativa. Contudo, com adaptações e um avanço no modelo, já pode ser sim uma inovação.
2. BuzzVolume, Pagamento Digital, Brasigo e por aí vamos..
3. Videolog (mesmo que extremamente ofuscado pelo youtube)
fseixas
21/04/2010Yuri, parabéns pelo texto.
Tenho uma visão bem clara desse assunto. Não condeno, de forma alguma, qualquer empresa que tenha se baseado num modelo de negócio inventado por terceiros. Esse tipo de inspiração é extremamente positiva para o mercado, tanto é que modelos de negócio não são passíveis de serem patenteados. Se isso fosse possível, teríamos uma grande pedra amarrada no pé do desenvolvimento econômico mundial, em especial, a concorrência. Se fosse assim, só existiria uma empresa farmacêutica, um fabricante de carros, um rede de supermercados.
A verdade é que, mesmo no cenário mundial, apenas um pequeno percentual das empresas são baseadas em ideias realmente inovadoras. Sim, essas empresas são muito importantes, mas não menos importantes que todas as outras empresa que não são baseadas em ideias inéditas. São essas últimas que de fato geram a maior parte do fluxo de capital mundial e que sustentam o ecossistema econômico e que, por sua vez, permite que empresas inovadoras surjam.
Acho que toda essa questão está relacionada ao risco. Falemos do Brasil em especial. É fato que não temos um ecossistema de venture capital bem desenvolvido, ou pelo menos não tão bem desenvolvido como nos EUA, berço de grandes empresas de tecnologia com modelos de negócio inovadores. O empreendedor, aquele que tem a veia ou que a está descobrindo, ao analisar uma oportunidade de um novo negócio, precisa avaliar o risco do empreendimento. Qual a chance desse negócio dar certo ou falhar? Pela falta de um bem desenvolvido ecossistema de VC no Brasil, o empreendedor vê na adaptação de um modelo de negócio criado por terceiros uma bela oportunidade de reduzir drasticamente o risco do negócio. Nesse caso, o VCs atuam, olhando pelo aspecto pessoal do empreendedor, como um colchão que irá lhe permitir arriscar mais do que com, digamos, um modelo de negócio totalmente inovador. Estou falando daquele empreendedor que não tem dinheiro sobrando, que faz das tripas coração para arrumar dinheiro e fazer o bootstrap de sua empresa. Imagine esse sujeito que tem uma pequena economia guardada e que não pode se dar ao luxo de arriscar demais. Uma vez que exista um VC criando um colchão para o empreendedor (volto a dizer, referindo-me exclusivamente ao aspecto pessoal do empreendedor) este pode se dar ao luxo de arriscar mais, seja com um modelo de negócio extremamente inovador e inédito ou não.
Falo isso pela minha própria experiência pessoal. Eu quebrei três empresas antes de criar o Camiseteria. Fechei minha terceira empresa em 2002 e fiquei longos 3 anos buscando uma oportunidade, justamente na época pós-bolha onde o mercado ainda estava ensaiando sua volta. Quando surgiu a oportunidade de nacionalizar o modelo de negócio do Threadless, vi ali uma forma de criar o que viria a ser o meu novo empreendimento e ainda assim fazê-lo com risco bastante moderado e sem necessidade de capital de risco. Eu poderia ter insistido em querer criar uma empresa baseada numa ideia inovadora e inédita (eu pensava nisso, obviamente) mas teria sido romântico demais da minha parte. Nem minha conta bancária nem o escasso apoio de VCs na época me permitiram seguir esse caminho.
Como empreendedor, não tenham dúvidas de que sonho em, algum dia, criar uma empresa de sucesso inovadora e inédita. Creio que esse é o nirvana para qualquer empreendedor. Mas como todo empreendedor de sucesso tem como característica a capacidade de avaliar e reduzir riscos, deixo essa ideia romântica para quando o ecossistema nacional de VCs estiver melhor desenvolvido ou quando minha conta bancária assim permitir.
Ou seja, o desenvolvimento do ecossistema de VCs no Brasil irá permitir que mais empresas com ideias inovadoras e inéditas surjam e conquistem o mundo.
Enfim, respondendo às suas perguntas:
1- Trazer uma inovação para um novo mercado mercado não deixa de ser uma inovação. Não a inovação do modelo de negócio em si, mas o simples fato de ter havido a sagacidade de perceber a demanda e a oportunidade e de ter criado um novo segmento de mercado, questionado o status quo desse segmento da economia é, de fato, uma inovação. Cabe ai também o aspecto de que a forma como a empresa é implantada e gerida também pode representar diversas inovações. Eu mesmo, implementei várias características de gestão no Camiseteria que foram inovadoras na sua época. Ou seja, a inovação não está somente na ideia, mas também na implantação/execução/gestão.
2- Cito vários exemplos, além de complementar todo esse assunto, num post meu escrito em 2006 chamado "Clonagem de modelos de negócio": http://blog.fabioseixas.com.br/archives/2006/12...
3- Não precisamos pensar exclusivamente em tecnologia relacionada à Internet. Veja aqui 3 exemplos brasileiros de empresas de tecnologia bastante inovadoras: http://techcrunch.com/2010/03/10/brazil-copy-ca...
richardrx
22/04/20101. Adaptar com certeza é inovar, até porque certos modelos de negócios nunca emplacariam aqui, um bom exemplo disso foi o Myspace, simplesmente teve sua onda que nunca verdadeiramente chegou aqui, em compensação o Orkut caiu como uma luva no gosto brasileiro enquanto é praticamente inexistente no resto do mundo exceto pela Índia.
2. Gosto bastante do MeAdiciona (similar ao flavors.me), mas acho que faltou algo no projeto por isso não vejo o modelo deslanchar como talvez poderia.
Outro bom exemplo é o skoob.com.br (similar ao weread.com) mas que talvez não tenha tanta tração devido o pequeno gosto do brasileiro a livros.
3. Apostaria no Videolog, apesar claramente do potencial disperdiçado dele, quem sabe ele tivesse um lugar como "pelo menos" o Justin.tv possui hoje
richardrx
22/04/20101. Adaptar com certeza é inovar, até porque certos modelos de negócios nunca emplacariam aqui, um bom exemplo disso foi o Myspace, simplesmente teve sua onda que nunca verdadeiramente chegou aqui, em compensação o Orkut caiu como uma luva no gosto brasileiro enquanto é praticamente inexistente no resto do mundo exceto pela Índia.
2. Gosto bastante do MeAdiciona (similar ao flavors.me), mas acho que faltou algo no projeto por isso não vejo o modelo deslanchar como talvez poderia.
Outro bom exemplo é o skoob.com.br (similar ao weread.com) mas que talvez não tenha tanta tração devido o pequeno gosto do brasileiro a livros.
3. Apostaria no Videolog, apesar claramente do potencial disperdiçado dele, quem sabe ele tivesse um lugar como "pelo menos" o Justin.tv possui hoje
Marcos Nobre
22/04/2010Adaptação é inovação, mas não se pode confundir adaptação com chupação de projetos gringos, que continua sendo a tônica em um ambiente onde os empreendedores não parecem ter base suficiente de entendimento das transformações da internet para propor modelos criativos e muito menos os VCs, mais avessos ao risco. De qualquer forma, não acho certo transferir para esses a pouca inovação que é apresentada pelos empreendedores. É cultural mesmo, leva tempo e exige escala. O Vale do Silício não é aqui.
Luiz Felipe Gheller
22/04/2010Muito bom texto, Yuri.
Eu particularmente acho que adaptar uma ideia de fora é inovar, sim.
Claro que ideias originais, quando surgem acompanhadas de um modelo de negócios viável, são o sonho de qualquer empreendedor. Todo empreendedor quer ser lembrado por ter criado algo novo e genial. Na maioria das vezes, temos uma ideia "genial" mas que acaba gerando duas dúvidas principais:
1. como o mercado (as outras pessoas) vão encará-la?
2. como é que alguém ganha dinheiro com isso?
Essas perguntas necessitam de investimento (tempo e dinheiro) para serem respondidas. Nossos empreendedores geralmente não possuem capacidade financeira para levar a ideia adiante por tempo suficiente para que dê certo ou errado (às vezes o negócio morre antes de atingir uma massa significativa). E buscar investimento para uma ideia original também é mais difícil que para um modelo semelhante que já está dando certo em outro lugar.
No caso do Vakinha (www.vakinha.com.br), nosso modelo também já existia lá fora (e já existia no mundo offline:) ), mas também criamos um modelo novo para as lojas (que tal sua loja vender um produto pago por várias pessoas, e ainda ganhar marketing com isso?). Temos inclusive uma API que todo mundo pode usar. Apesar do modelo ser simples, o fato de ser novo gera incertezas, e aguentar esse período inicial de convencimento (tanto do mercado, quanto interno) não é uma tarefa fácil.
[]s
Marcos Nobre
22/04/2010Adaptação é inovação, mas não se pode confundir adaptação com chupação de projetos gringos, que continua sendo a tônica em um ambiente onde os empreendedores não parecem ter base suficiente de entendimento das transformações da internet para propor modelos criativos e muito menos os VCs, mais avessos ao risco. De qualquer forma, não acho certo transferir para esses a pouca inovação que é apresentada pelos empreendedores. É cultural mesmo, leva tempo e exige escala. O Vale do Silício não é aqui.
Luiz Felipe Gheller
22/04/2010Muito bom texto, Yuri.
Eu particularmente acho que adaptar uma ideia de fora é inovar, sim.
Claro que ideias originais, quando surgem acompanhadas de um modelo de negócios viável, são o sonho de qualquer empreendedor. Todo empreendedor quer ser lembrado por ter criado algo novo e genial. Na maioria das vezes, temos uma ideia "genial" mas que acaba gerando duas dúvidas principais:
1. como o mercado (as outras pessoas) vão encará-la?
2. como é que alguém ganha dinheiro com isso?
Essas perguntas necessitam de investimento (tempo e dinheiro) para serem respondidas. Nossos empreendedores geralmente não possuem capacidade financeira para levar a ideia adiante por tempo suficiente para que dê certo ou errado (às vezes o negócio morre antes de atingir uma massa significativa). E buscar investimento para uma ideia original também é mais difícil que para um modelo semelhante que já está dando certo em outro lugar.
No caso do Vakinha (www.vakinha.com.br), nosso modelo também já existia lá fora (e já existia no mundo offline:) ), mas também criamos um modelo novo para as lojas (que tal sua loja vender um produto pago por várias pessoas, e ainda ganhar marketing com isso?). Temos inclusive uma API que todo mundo pode usar. Apesar do modelo ser simples, o fato de ser novo gera incertezas, e aguentar esse período inicial de convencimento (tanto do mercado, quanto interno) não é uma tarefa fácil.
[]s
Diego Sampaio
23/04/2010Olá, pessoal.
Difícil saber o que está melhor: o post ou os comentários.
Por experiência própria, é muto difícil formatar um negócio inovador nesta escassez de recursos de risco que ocorre por aqui. Isto dificulta a experimentação que, por sua vez, dificultada o desenvolvimento de um modelo de negócio viável.
Entretanto, acredito que somente importar o que vem de fora, não faz sentido. É necessário melhorar e adaptar para as necessidades do seu mercado.
Também acredito que nem sempre a empresa que inovou primeiro é quem tem o melhor produto no final. Muitas vezes os segundos ou terceiros a oferecer o mesmo produto possuem algo de muito mais valor.
O MeAdiciona.com, por exemplo, existe há mais tempo que o Flavors.me e que grande parte dos concorrentes, entretanto, enquando fizemos um bootstrap com R$ 45.000,00, as outras empresas tiveram ao menos 20 vezes este valor em um curto período.
O chi.mp, outro concorrente começou com um determinado formato e já alterou-o porque não era sustentável. Sem o investimento de risco, como fazer experimentações?
Outra questão interessante, é porque as startups brasileiras geralmente voltam-se somente ao mercado local? Se estamos falando de internet, não seria muito barato ter uma estratégia global?
Abraços.
Fabio Seixas
24/04/2010Essa questão do mercado global é certamente algo relevante. Mas também não seria arriscado e difícil competir com outras empresas com financiamentos bem mais volumosos? Não seria a opção de atuar localmente também uma forma de reduzir riscos?
Acho que pra nós aqui a internacionalização torna-se algo mais viável quando o negócio já ganhou musculatura no cenário local e tem forças para competir lá fora.
Diego Sampaio
24/04/2010Fabio,
Eu tenho pensado muito na internacionalização pois mostra ser uma forma de, justamente, mostrar a viailidade do negócio.
O orkut, por exemplo, talvez nem existisse mais se não tivesse sido pensado para um mercado global. Se ele estivesse em chinês, ele teria o sucesso que teve aqui?
Para o atual estágio do Camiseteria, há uma previsão ou pensamento para oferecer os produtos fora do país?
Abraços
Fabio Seixas
24/04/2010Internacionalizar um serviço online é diferente de internacionalizar uma operação de ecommerce. No seu caso, bastaria traduzir e divulgar, falando de maneira bem simplista. Os riscos e custos envolvidos numa internacionalização de serviço online são bem pequenos.
No seu caso, faz muito sentido. No nosso caso, sim nós pensamos, mas não é a hora. Temos muito o que desenvolver no mercado nacional. No nosso caso, o risco grande da operação não funcionar bem e ter a marca prejudicada é grande.
Diego Sampaio
24/04/2010Fabio,
Ainda mais levando em conta que toda semana tem lançamentos e troca de estoque em sua loja.
Diego Sampaio
23/04/2010Olá, pessoal.
Difícil saber o que está melhor: o post ou os comentários.
Por experiência própria, é muto difícil formatar um negócio inovador nesta escassez de recursos de risco que ocorre por aqui. Isto dificulta a experimentação que, por sua vez, dificultada o desenvolvimento de um modelo de negócio viável.
Entretanto, acredito que somente importar o que vem de fora, não faz sentido. É necessário melhorar e adaptar para as necessidades do seu mercado.
Também acredito que nem sempre a empresa que inovou primeiro é quem tem o melhor produto no final. Muitas vezes os segundos ou terceiros a oferecer o mesmo produto possuem algo de muito mais valor.
O MeAdiciona.com, por exemplo, existe há mais tempo que o Flavors.me e que grande parte dos concorrentes, entretanto, enquando fizemos um bootstrap com R$ 45.000,00, as outras empresas tiveram ao menos 20 vezes este valor em um curto período.
O chi.mp, outro concorrente começou com um determinado formato e já alterou-o porque não era sustentável. Sem o investimento de risco, como fazer experimentações?
Outra questão interessante, é porque as startups brasileiras geralmente voltam-se somente ao mercado local? Se estamos falando de internet, não seria muito barato ter uma estratégia global?
Abraços.
Fabio Seixas
24/04/2010Essa questão do mercado global é certamente algo relevante. Mas também não seria arriscado e difícil competir com outras empresas com financiamentos bem mais volumosos? Não seria a opção de atuar localmente também uma forma de reduzir riscos?
Acho que pra nós aqui a internacionalização torna-se algo mais viável quando o negócio já ganhou musculatura no cenário local e tem forças para competir lá fora.
Diego Sampaio
24/04/2010Fabio,
Eu tenho pensado muito na internacionalização pois mostra ser uma forma de, justamente, mostrar a viailidade do negócio.
O orkut, por exemplo, talvez nem existisse mais se não tivesse sido pensado para um mercado global. Se ele estivesse em chinês, ele teria o sucesso que teve aqui?
Para o atual estágio do Camiseteria, há uma previsão ou pensamento para oferecer os produtos fora do país?
Abraços
Fabio Seixas
24/04/2010Internacionalizar um serviço online é diferente de internacionalizar uma operação de ecommerce. No seu caso, bastaria traduzir e divulgar, falando de maneira bem simplista. Os riscos e custos envolvidos numa internacionalização de serviço online são bem pequenos.
No seu caso, faz muito sentido. No nosso caso, sim nós pensamos, mas não é a hora. Temos muito o que desenvolver no mercado nacional. No nosso caso, o risco grande da operação não funcionar bem e ter a marca prejudicada é grande.
Diego Sampaio
24/04/2010Fabio,
Ainda mais levando em conta que toda semana tem lançamentos e troca de estoque em sua loja.
Marcos Campelo
25/04/2010Texto bem interessante que traz à tona o debate sobre Inovação em Startups no Brasil. Respondendo diretamente as perguntas:
1. Você considera que adaptar algo de fora é inovação?
Partindo do pressuposto que o serviço ainda não existe no Brasil, podemos considerar uma inovação local. Até as grandes empresas copiam idéias que dão certo no exterior. O termo Benchmarking traduz bem isso. No mundo empresarial significa buscar as "melhores práticas" do seu ramo de negócios. Na prática, é copiar as boas idéias.
2. Quais outras startups de tecnologia brasileiras você considera adaptações diretas de serviços estrangeiros?
Não lembro de outras agora, mas com certeza têm muitas.
3. Quais startups de tecnologia brasileiras você considera realmente inovadoras?
A startup Orygens.com que está desenvolvendo o projeto http://atepassar.com que é uma rede social de aprendizagem, com foco inicial organizar os estudos de pessoas que estão estudando para concursos. Pelas aplicações existentes (Plano de estudos online, grupos de estudos, dentre outros), não conheço outra. Se alguém souber, por favor me indiquem.
Marcos Campelo
25/04/2010Texto bem interessante que traz à tona o debate sobre Inovação em Startups no Brasil. Respondendo diretamente as perguntas:
1. Você considera que adaptar algo de fora é inovação?
Partindo do pressuposto que o serviço ainda não existe no Brasil, podemos considerar uma inovação local. Até as grandes empresas copiam idéias que dão certo no exterior. O termo Benchmarking traduz bem isso. No mundo empresarial significa buscar as "melhores práticas" do seu ramo de negócios. Na prática, é copiar as boas idéias.
2. Quais outras startups de tecnologia brasileiras você considera adaptações diretas de serviços estrangeiros?
Não lembro de outras agora, mas com certeza têm muitas.
3. Quais startups de tecnologia brasileiras você considera realmente inovadoras?
A startup Orygens.com que está desenvolvendo o projeto http://atepassar.com que é uma rede social de aprendizagem, com foco inicial organizar os estudos de pessoas que estão estudando para concursos. Pelas aplicações existentes (Plano de estudos online, grupos de estudos, dentre outros), não conheço outra. Se alguém souber, por favor me indiquem.
Marcos Campelo
25/04/2010Texto bem interessante que traz à tona o debate sobre Inovação em Startups no Brasil. Respondendo diretamente as perguntas:
1. Você considera que adaptar algo de fora é inovação?
Partindo do pressuposto que o serviço ainda não existe no Brasil, podemos considerar uma inovação local. Até as grandes empresas copiam idéias que dão certo no exterior. O termo Benchmarking traduz bem isso. No mundo empresarial significa buscar as "melhores práticas" do seu ramo de negócios. Na prática, é copiar as boas idéias.
2. Quais outras startups de tecnologia brasileiras você considera adaptações diretas de serviços estrangeiros?
Não lembro de outras agora, mas com certeza têm muitas.
3. Quais startups de tecnologia brasileiras você considera realmente inovadoras?
A startup Orygens.com que está desenvolvendo o projeto http://atepassar.com que é uma rede social de aprendizagem, com foco inicial organizar os estudos de pessoas que estão estudando para concursos. Pelas aplicações existentes (Plano de estudos online, grupos de estudos, dentre outros), não conheço outra. Se alguém souber, por favor me indiquem.
João Pedro Resende
26/04/2010Acredito que Inovação é mais abrangente do que somente criar algo novo a partir do nada. Você pode inovar criando uma solução diferente (e melhor) para problemas que já existem e já foram resolvidos de outras formas.
O iPod não foi nem de longe o primeiro Mp3 player portátil do mercado, no entanto eu o considero um produto inovador. Ele apenas proveu uma solução diferenciada (em termos usabilidade, design) para um problema que já existia e já havia sido solucionado. Além disso, ele inovou na resolução de um outro problema que faz parte da vida de quem usa um mp3 player portátil: conseguir as músicas para o aparelho (iTunes).
Também considero inovação, adaptar uma solução adotada em outro lugar, para resolver problemas no contexto local do empreendedor. Não me importa se alguém já fez isto na Conchichina, eu não estou lá, e por aqui onde eu vivo (mercado local), eu ainda tenho este problema, as pessoas ainda precisam desta solução. Se eu conseguir pegar uma idéia que funciona com sucesso em outro lugar, e conseguir adaptá-la ao contexto local de forma que consiga prover aquela solução em outro mercado, então eu também acredito que isto pode ser considerado inovação.
Não são muitas as aplicações ou serviços que podem funcionar exatamente iguais em locais distintos, portanto, sempre que faz-se necessário uma adaptação (seja no modelo de negócio, na parte funcional, no suporte ao cliente, etc) para prover uma solução que já existe em outro lugar, vejo isto como um tipo de inovação.
Deixe-me dar um exemplo. PayPal foi um tremendo sucesso e serviu de inspiração para sistemas de pagamento como PagSeguro. Será que este último inovou?
Vamos ver, o PagSeguro olhou para o mercado local e percebeu que mais de 25% das compras online no Brasil são feitas através de Boleto Bancário e implementaram esta solução. Além disso, o brasileiro tem uma quedinha extra por parcelar pagamentos, e criaram soluções onde o comprador pode parcelar "a perder de vista", e o vendedor recebe integral, no momento da compra. Basicamente criaram soluções para o risco que qualquer venda parcelada representa no Brasil.
O PagSeguro adaptou uma solução de pagamentos para um contexto local. Eu vejo inovação nisto e não são simplesmente um copy cat.
João Pedro Resende
26/04/2010Acredito que Inovação é mais abrangente do que somente criar algo novo a partir do nada. Você pode inovar criando uma solução diferente (e melhor) para problemas que já existem e já foram resolvidos de outras formas.
O iPod não foi nem de longe o primeiro Mp3 player portátil do mercado, no entanto eu o considero um produto inovador. Ele apenas proveu uma solução diferenciada (em termos usabilidade, design) para um problema que já existia e já havia sido solucionado. Além disso, ele inovou na resolução de um outro problema que faz parte da vida de quem usa um mp3 player portátil: conseguir as músicas para o aparelho (iTunes).
Também considero inovação, adaptar uma solução adotada em outro lugar, para resolver problemas no contexto local do empreendedor. Não me importa se alguém já fez isto na Conchichina, eu não estou lá, e por aqui onde eu vivo (mercado local), eu ainda tenho este problema, as pessoas ainda precisam desta solução. Se eu conseguir pegar uma idéia que funciona com sucesso em outro lugar, e conseguir adaptá-la ao contexto local de forma que consiga prover aquela solução em outro mercado, então eu também acredito que isto pode ser considerado inovação.
Não são muitas as aplicações ou serviços que podem funcionar exatamente iguais em locais distintos, portanto, sempre que faz-se necessário uma adaptação (seja no modelo de negócio, na parte funcional, no suporte ao cliente, etc) para prover uma solução que já existe em outro lugar, vejo isto como um tipo de inovação.
Deixe-me dar um exemplo. PayPal foi um tremendo sucesso e serviu de inspiração para sistemas de pagamento como PagSeguro. Será que este último inovou?
Vamos ver, o PagSeguro olhou para o mercado local e percebeu que mais de 25% das compras online no Brasil são feitas através de Boleto Bancário e implementaram esta solução. Além disso, o brasileiro tem uma quedinha extra por parcelar pagamentos, e criaram soluções onde o comprador pode parcelar "a perder de vista", e o vendedor recebe integral, no momento da compra. Basicamente criaram soluções para o risco que qualquer venda parcelada representa no Brasil.
O PagSeguro adaptou uma solução de pagamentos para um contexto local. Eu vejo inovação nisto e não são simplesmente um copy cat.
João Pedro Resende
26/04/2010Acredito que Inovação é mais abrangente do que somente criar algo novo a partir do nada. Você pode inovar criando uma solução diferente (e melhor) para problemas que já existem e já foram resolvidos de outras formas.
O iPod não foi nem de longe o primeiro Mp3 player portátil do mercado, no entanto eu o considero um produto inovador. Ele apenas proveu uma solução diferenciada (em termos usabilidade, design) para um problema que já existia e já havia sido solucionado. Além disso, ele inovou na resolução de um outro problema que faz parte da vida de quem usa um mp3 player portátil: conseguir as músicas para o aparelho (iTunes).
Também considero inovação, adaptar uma solução adotada em outro lugar, para resolver problemas no contexto local do empreendedor. Não me importa se alguém já fez isto na Conchichina, eu não estou lá, e por aqui onde eu vivo (mercado local), eu ainda tenho este problema, as pessoas ainda precisam desta solução. Se eu conseguir pegar uma idéia que funciona com sucesso em outro lugar, e conseguir adaptá-la ao contexto local de forma que consiga prover aquela solução em outro mercado, então eu também acredito que isto pode ser considerado inovação.
Não são muitas as aplicações ou serviços que podem funcionar exatamente iguais em locais distintos, portanto, sempre que faz-se necessário uma adaptação (seja no modelo de negócio, na parte funcional, no suporte ao cliente, etc) para prover uma solução que já existe em outro lugar, vejo isto como um tipo de inovação.
Deixe-me dar um exemplo. PayPal foi um tremendo sucesso e serviu de inspiração para sistemas de pagamento como PagSeguro. Será que este último inovou?
Vamos ver, o PagSeguro olhou para o mercado local e percebeu que mais de 25% das compras online no Brasil são feitas através de Boleto Bancário e implementaram esta solução. Além disso, o brasileiro tem uma quedinha extra por parcelar pagamentos, e criaram soluções onde o comprador pode parcelar "a perder de vista", e o vendedor recebe integral, no momento da compra. Basicamente criaram soluções para o risco que qualquer venda parcelada representa no Brasil.
O PagSeguro adaptou uma solução de pagamentos para um contexto local. Eu vejo inovação nisto e não são simplesmente um copy cat.
dttg
29/04/2010Pra quem gostou deste post, o @caribeiro fez um bem interessante no @rwwbr sobre o assunto: http://readwriteweb.com.br/2010/04/28/entendendo-os-ciclos-de-inovacao-onde-estamos-e-para-onde-vamos/
dttg
29/04/2010Pra quem gostou deste post, o @caribeiro fez um bem interessante no @rwwbr sobre o assunto: http://readwriteweb.com.br/2010/04/28/entendendo-os-ciclos-de-inovacao-onde-estamos-e-para-onde-vamos/
dttg
29/04/2010Pra quem gostou deste post, o @caribeiro fez um bem interessante no @rwwbr sobre o assunto: http://readwriteweb.com.br/2010/04/28/entendend...
Roberto Fermino
23/10/2010Acho uma tremenda besteira querer rivalizar sobre Inovação X Adaptação. No final, tudo não passa de um simples rótulo, o que vale são os benefícios gerados, o valor da execução da inovação e/ou adaptação. Isso está presente no cotidiano do Planeta há milhões de anos, os que sobrevivem são os que se adaptam ao ambiente ao qual estão inseridos independente de terem inventado algo ou não.
Os escritórios de patentes estão cheios de invenções, mas qual a porcentagem disso que trouxe reais benefícios para um grande número de pessoas gerando renda, empregos etc? Com certeza não é 100%.
Tomemos como exemplos dois caras pouco famosos como Einstein e Ford.
Podemos dizer que foram gênios em inovação ou que simplesmente souberam ler os acontecimentos de seu tempo traduzindo os fatos observados para que mais pessoas pudessem usufruir dos benefícios.
Einstein fez uma compilação das "inovações/descobertas" do que os físicos já havíam feito ao propor a Teoria da Relatividade Restrita, tanto que levou 9 anos para abstrair daquela premissa ae chegar na Teoria da Relatividade Geral.
Ford não inventou o modelo de produção em série, o mesmo já existia em frigoríficos e outras unidades fabris da época.
Sempre vai haver "inovação" em cima de coisas "velhas". Vivemos num mundo de pluralidades, inovação ou adaptação podem co-existir e não há absolutamente nada de errado com isso.
Sou um brasileiro e estou vendo um modelo de negócio bombando em outro país, vou ficar esperando ele vir dar as caras aqui no Brasil?
É claro, que ao fazer esta opção será minimizada as chances de globalização, mas isso é uma escolha consciente.
Eu gosto mais de pensar na linha do genuinamente brasileiro, mas esta é uma opção pessoal.
O que precisamos é desenvolver um mercado abundante para que ambas as opções possam existir. Aliás quem disse que se deve optar por um modelo ou outro? Foram os VCs brasileiros? Foram os anjos brasileiros? A política nacional?
Acredito que empreendedores são pessoas capazes de desafiar o "status quo" independente se ele está dentro na nossa empresa, país ou mundo.
Abraços
Anonymous
23/10/2010Fala Roberto,
imagino que você tenha percebido que a contraposição de adaptação x inovação veio da polêmica do post anterior, certo? Foi quando quisemos mostrar que esses conceitos não são excludentes, e veio a defesa de que adaptação não é inovação.
A discussão não é focada em defender um lado ou outro, mas sim em explorar diferentes perspectivas sobre o problema :) E principalmente a do investidor: enquanto muitos empreendedores estão investindo em adaptações e estão pedindo aporte, os VCs defendem que só aceitam inovação e não estão interessados em adaptação. Por isso, é importante discutir esse contraponto e deixar claro que ambas as partes falam línguas diferentes nessa questão :)
Roberto Fermino
25/10/2010Sim, comentei com base no post anterior, nos comentários e nos links apontados. Este tipo de rivalidade tem sido a tônica de muitas coisas que leio e até mesmo em conversas com amigos, por isso fiz um comentário mais abrangente.
Com relação ao investidor,
Minha humilde opinião é diametralmente oposta a sua. Acredito sim, que Empreendedores queiram inovar mas são os VCs que estão com a cabeça mais fechada. O que é compreensível, uma vez que o empreendedor tem como características assumir riscos/desafios ao passo que o investidor está preocupado em otimizar métricas estatísticas.
Ainda falando em investidor, acredito que esta definição coloca diferentes profissionais com comportamentos de tomadas de risco distintas no mesmo saco. O que vislumbro nos próximos 5 ou 10 anos são: uma separação mais clara entre os extremos investidor-empreendedor e o investidor-financista; uma subida de régua do investimento de VCs; mais angels vindos de carreiras empreendedoras e; um amadurecimento do mercado de seed, que hoje está dentro de outras "fases".
Concluo dizendo que neste cenário melhor definido, acredito que tanto inovação e adaptação terão espaço, prevalecerá o critério de escolha e o ajuste ao perfil intrínseco de cada um - investidor e/ou empreendedor - não sendo mais uma escolha imposta por condições de mercado restritivas.
Um Abraço.
Anonymous
25/10/2010Entendo. Concordamos em discordar então :) O post fala sobre o contexto de hoje. É claro que daqui a 5 ou 10 anos, espero que nada do que está escrito aqui valha mais :) Os problemas serão outros, além de termos muito mais diversidade de investidores e propósitos do que agora.
Roberto Fermino
23/10/2010Acho uma tremenda besteira querer rivalizar sobre Inovação X Adaptação. No final, tudo não passa de um simples rótulo, o que vale são os benefícios gerados, o valor da execução da inovação e/ou adaptação. Isso está presente no cotidiano do Planeta há milhões de anos, os que sobrevivem são os que se adaptam ao ambiente ao qual estão inseridos independente de terem inventado algo ou não.
Os escritórios de patentes estão cheios de invenções, mas qual a porcentagem disso que trouxe reais benefícios para um grande número de pessoas gerando renda, empregos etc? Com certeza não é 100%.
Tomemos como exemplos dois caras pouco famosos como Einstein e Ford.
Podemos dizer que foram gênios em inovação ou que simplesmente souberam ler os acontecimentos de seu tempo traduzindo os fatos observados para que mais pessoas pudessem usufruir dos benefícios.
Einstein fez uma compilação das "inovações/descobertas" do que os físicos já havíam feito ao propor a Teoria da Relatividade Restrita, tanto que levou 9 anos para abstrair daquela premissa ae chegar na Teoria da Relatividade Geral.
Ford não inventou o modelo de produção em série, o mesmo já existia em frigoríficos e outras unidades fabris da época.
Sempre vai haver "inovação" em cima de coisas "velhas". Vivemos num mundo de pluralidades, inovação ou adaptação podem co-existir e não há absolutamente nada de errado com isso.
Sou um brasileiro e estou vendo um modelo de negócio bombando em outro país, vou ficar esperando ele vir dar as caras aqui no Brasil?
É claro, que ao fazer esta opção será minimizada as chances de globalização, mas isso é uma escolha consciente.
Eu gosto mais de pensar na linha do genuinamente brasileiro, mas esta é uma opção pessoal.
O que precisamos é desenvolver um mercado abundante para que ambas as opções possam existir. Aliás quem disse que se deve optar por um modelo ou outro? Foram os VCs brasileiros? Foram os anjos brasileiros? A política nacional?
Acredito que empreendedores são pessoas capazes de desafiar o "status quo" independente se ele está dentro na nossa empresa, país ou mundo.
Abraços
Anonymous
23/10/2010Fala Roberto,
imagino que você tenha percebido que a contraposição de adaptação x inovação veio da polêmica do post anterior, certo? Foi quando quisemos mostrar que esses conceitos não são excludentes, e veio a defesa de que adaptação não é inovação.
A discussão não é focada em defender um lado ou outro, mas sim em explorar diferentes perspectivas sobre o problema :) E principalmente a do investidor: enquanto muitos empreendedores estão investindo em adaptações e estão pedindo aporte, os VCs defendem que só aceitam inovação e não estão interessados em adaptação. Por isso, é importante discutir esse contraponto e deixar claro que ambas as partes falam línguas diferentes nessa questão :)
Roberto Fermino
25/10/2010Sim, comentei com base no post anterior, nos comentários e nos links apontados. Este tipo de rivalidade tem sido a tônica de muitas coisas que leio e até mesmo em conversas com amigos, por isso fiz um comentário mais abrangente.
Com relação ao investidor,
Minha humilde opinião é diametralmente oposta a sua. Acredito sim, que Empreendedores queiram inovar mas são os VCs que estão com a cabeça mais fechada. O que é compreensível, uma vez que o empreendedor tem como características assumir riscos/desafios ao passo que o investidor está preocupado em otimizar métricas estatísticas.
Ainda falando em investidor, acredito que esta definição coloca diferentes profissionais com comportamentos de tomadas de risco distintas no mesmo saco. O que vislumbro nos próximos 5 ou 10 anos são: uma separação mais clara entre os extremos investidor-empreendedor e o investidor-financista; uma subida de régua do investimento de VCs; mais angels vindos de carreiras empreendedoras e; um amadurecimento do mercado de seed, que hoje está dentro de outras "fases".
Concluo dizendo que neste cenário melhor definido, acredito que tanto inovação e adaptação terão espaço, prevalecerá o critério de escolha e o ajuste ao perfil intrínseco de cada um - investidor e/ou empreendedor - não sendo mais uma escolha imposta por condições de mercado restritivas.
Um Abraço.
Anonymous
25/10/2010Entendo. Concordamos em discordar então :) O post fala sobre o contexto de hoje. É claro que daqui a 5 ou 10 anos, espero que nada do que está escrito aqui valha mais :) Os problemas serão outros, além de termos muito mais diversidade de investidores e propósitos do que agora.
Roberto Fermino
23/10/2010Acho uma tremenda besteira querer rivalizar sobre Inovação X Adaptação. No final, tudo não passa de um simples rótulo, o que vale são os benefícios gerados, o valor da execução da inovação e/ou adaptação. Isso está presente no cotidiano do Planeta há milhões de anos, os que sobrevivem são os que se adaptam ao ambiente ao qual estão inseridos independente de terem inventado algo ou não.
Os escritórios de patentes estão cheios de invenções, mas qual a porcentagem disso que trouxe reais benefícios para um grande número de pessoas gerando renda, empregos etc? Com certeza não é 100%.
Tomemos como exemplos dois caras pouco famosos como Einstein e Ford.
Podemos dizer que foram gênios em inovação ou que simplesmente souberam ler os acontecimentos de seu tempo traduzindo os fatos observados para que mais pessoas pudessem usufruir dos benefícios.
Einstein fez uma compilação das "inovações/descobertas" do que os físicos já havíam feito ao propor a Teoria da Relatividade Restrita, tanto que levou 9 anos para abstrair daquela premissa ae chegar na Teoria da Relatividade Geral.
Ford não inventou o modelo de produção em série, o mesmo já existia em frigoríficos e outras unidades fabris da época.
Sempre vai haver "inovação" em cima de coisas "velhas". Vivemos num mundo de pluralidades, inovação ou adaptação podem co-existir e não há absolutamente nada de errado com isso.
Sou um brasileiro e estou vendo um modelo de negócio bombando em outro país, vou ficar esperando ele vir dar as caras aqui no Brasil?
É claro, que ao fazer esta opção será minimizada as chances de globalização, mas isso é uma escolha consciente.
Eu gosto mais de pensar na linha do genuinamente brasileiro, mas esta é uma opção pessoal.
O que precisamos é desenvolver um mercado abundante para que ambas as opções possam existir. Aliás quem disse que se deve optar por um modelo ou outro? Foram os VCs brasileiros? Foram os anjos brasileiros? A política nacional?
Acredito que empreendedores são pessoas capazes de desafiar o "status quo" independente se ele está dentro na nossa empresa, país ou mundo.
Abraços
yurigitahy
23/10/2010Fala Roberto,
imagino que você tenha percebido que a contraposição de adaptação x inovação veio da polêmica do post anterior, certo? Foi quando quisemos mostrar que esses conceitos não são excludentes, e veio a defesa de que adaptação não é inovação.
A discussão não é focada em defender um lado ou outro, mas sim em explorar diferentes perspectivas sobre o problema :) E principalmente a do investidor: enquanto muitos empreendedores estão investindo em adaptações e estão pedindo aporte, os VCs defendem que só aceitam inovação e não estão interessados em adaptação. Por isso, é importante discutir esse contraponto e deixar claro que ambas as partes falam línguas diferentes nessa questão :)
Roberto Fermino
25/10/2010Sim, comentei com base no post anterior, nos comentários e nos links apontados. Este tipo de rivalidade tem sido a tônica de muitas coisas que leio e até mesmo em conversas com amigos, por isso fiz um comentário mais abrangente.
Com relação ao investidor,
Minha humilde opinião é diametralmente oposta a sua. Acredito sim, que Empreendedores queiram inovar mas são os VCs que estão com a cabeça mais fechada. O que é compreensível, uma vez que o empreendedor tem como características assumir riscos/desafios ao passo que o investidor está preocupado em otimizar métricas estatísticas.
Ainda falando em investidor, acredito que esta definição coloca diferentes profissionais com comportamentos de tomadas de risco distintas no mesmo saco. O que vislumbro nos próximos 5 ou 10 anos são: uma separação mais clara entre os extremos investidor-empreendedor e o investidor-financista; uma subida de régua do investimento de VCs; mais angels vindos de carreiras empreendedoras e; um amadurecimento do mercado de seed, que hoje está dentro de outras "fases".
Concluo dizendo que neste cenário melhor definido, acredito que tanto inovação e adaptação terão espaço, prevalecerá o critério de escolha e o ajuste ao perfil intrínseco de cada um - investidor e/ou empreendedor - não sendo mais uma escolha imposta por condições de mercado restritivas.
Um Abraço.
yurigitahy
25/10/2010Entendo. Concordamos em discordar então :) O post fala sobre o contexto de hoje. É claro que daqui a 5 ou 10 anos, espero que nada do que está escrito aqui valha mais :) Os problemas serão outros, além de termos muito mais diversidade de investidores e propósitos do que agora.
Mariana
29/11/2010Post direto ao ponto e especifica o nosso marcado atual ...
Hoje o mercado brasileiro cresce de maneira rápida e aberta, as pessoas cada vez mais estão buscando formas de interagir e facilitar sua rotina.Starups de serviços e midias sociais são as favoritas...e tende a crescer, adaptar idéias do que já está dando certo fora do Brasil e trazer pra cá é fantástico e totalmente plausível.Logo é inovar em nosso mercado,para o que temos aqui hoje a oferecer.
Abs
Mariana
29/11/2010Post direto ao ponto e especifica o nosso marcado atual ...
Hoje o mercado brasileiro cresce de maneira rápida e aberta, as pessoas cada vez mais estão buscando formas de interagir e facilitar sua rotina.Starups de serviços e midias sociais são as favoritas...e tende a crescer, adaptar idéias do que já está dando certo fora do Brasil e trazer pra cá é fantástico e totalmente plausível.Logo é inovar em nosso mercado,para o que temos aqui hoje a oferecer.
Abs
Mariana
29/11/2010Post direto ao ponto e especifica o nosso marcado atual ...
Hoje o mercado brasileiro cresce de maneira rápida e aberta, as pessoas cada vez mais estão buscando formas de interagir e facilitar sua rotina.Starups de serviços e midias sociais são as favoritas...e tende a crescer, adaptar idéias do que já está dando certo fora do Brasil e trazer pra cá é fantástico e totalmente plausível.Logo é inovar em nosso mercado,para o que temos aqui hoje a oferecer.
Abs
Diogo Aguilar
12/10/2011Adaptação não é inovação. Isso não quer dizer que uma é melhor que a outra, o que vai dizer isso é o lucro de cada empresa.
O que vejo são muitos julgando e poucos ajudando, para o ecosistema funcionar tem que haver uma ajuda de todas as partes.
O que mais temos hoje em dia é VC que nunca investiu e empreendedor que nunca abriu empresa, é parar de bla bla bla e fazer acontecer. Se é inovador ou não, não importa, mas FAÇA!
Abs
Diogo Aguilar
12/10/2011Adaptação não é inovação. Isso não quer dizer que uma é melhor que a outra, o que vai dizer isso é o lucro de cada empresa.
O que vejo são muitos julgando e poucos ajudando, para o ecosistema funcionar tem que haver uma ajuda de todas as partes.
O que mais temos hoje em dia é VC que nunca investiu e empreendedor que nunca abriu empresa, é parar de bla bla bla e fazer acontecer. Se é inovador ou não, não importa, mas FAÇA!
Abs