Recentemente ajudei a organizar o Desafio Brasil 2010, competição de startups conjunta da Intel e FGV, esse ano também com apoio da Microsoft. Além do Desafio ser uma boa amostra do ecossistema brasileiro de startups, o mercado de venture capital brasileiro é muito pequeno – por isso, praticamente todos os VCs interessados em tecnologia estavam lá. Decidi então criar esse post para resumir as três conclusões a que cheguei convivendo com investidores e empreendedores ao longo do Desafio 2010.
#1 – 2010 é o ano zero
A qualidade média dos projetos está aumentando. O foco dos empreendedores está melhorando. Em 2010, temos muito mais exemplos de:
- Pessoas físicas querendo se tornar investidores-anjo
- Investidores-anjo tentando se organizar em grupos
- Grupos de Angels tentando arriscar um pouco mais, investindo mais cedo nos empreendedores que se destacam
- Empreendedores que começam a falar de métricas, customer acquisition costs e retorno sobre investimento em seus projetos
- Projetos de startups que aparentemente definem bons modelos de negócio
- Modelos de negócio que podem até ser cópias de modelos estrangeiros, mas alguns que conseguem inovar radicalmente – apesar de ainda não serem provados
- Cada vez mais fundos de capital semente se preparam para entrar em operação
Tudo isso é um indicativo de que estamos em meio ao ano zero do mercado de capital semente em tecnologia no Brasil. Sim, o Criatec já fez investimentos, a Confrapar e FIR também, mas isso não é um mercado – são atuações pontuais. 2010 foi o primeiro ano em que se falou de investimentos concretos de grupos de angels em startups iniciantes e ainda não-provadas (Descomplica, Navegg, entre outras) e o mais importante: o primeiro ano em que vi diversos investidores-anjo assediarem CADA UMA das empresas que se apresentaram no Desafio.
#2 – A startup média ainda não está pronta
Pouquíssimas startups entre as 24 semi-finalistas do Desafio realmente fizeram pesquisas junto aos seus usuários finais para saberem se o produto realmente os atende, e como. Tirando alguns exemplos claros de empreendedores experientes ou que estão resolvendo problemas com os quais eles mesmos precisam conviver – e acredite, nem todos eram capazes de verbalizar o que exatamente era seu produto – um único caso é digno de nota: a Tesla.
A Tesla é uma equipe de estudantes de Salvador (Bahia) que inventou um cartucho adaptável em impressoras jato-de-tinta. O que esse cartucho faz? Ao invés de imprimir a cor preta, imprime em braille. Isso pode ajudar no dia a dia de deficientes visuais não só na leitura de textos, mas também de imprimirem gráficos e imagens táteis, ou etiquetarem coisas dentro de casa (imagine-se tateando no escuro tentando decidir se uma lata é de ervilha ou de milho). Que diferença isso faz? Muita, se você é deficiente visual e pode melhorar um pouco mais sua vida a um custo menor que R$ 500.
Por que eles são um bom caso? Porque não têm experiência nenhuma em empreendedorismo – apenas precisavam fazer um trabalho na faculdade. E o que eles fizeram? Assumiram o que todo empreendedor deveria assumir: “Vamos procurar nosso cliente final e perguntar como isso pode ajudar”. Após muitas entrevistas com deficientes visuais e alguma pesquisa de mercado, encontraram algo que pode fazer diferença.
E se poucas startups conseguem definir bem seu cliente e o que ele precisa, poucas podem falar de verdade do potencial de receita de seus modelos.
#3 – A descentralização dificulta o crescimento
Hoje, podemos considerar cinco grandes centros de empreendedorismo tecnológico no Brasil: Recife, o eixo São Carlos-Campinas-São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre e Belo Horizonte. Rio de Janeiro e Curitiba começam a despontar e já trazem ótimos exemplos – como os cariocas Videolog, Camiseteria, Descomplica, e os curitibanos do Meadiciona, Navegg e Kidux. Mesmo assim, estamos longe de transformar qualquer uma dessas regiões em um mini-Vale do Silício com grande amplitude de capital disponível – e isso torna impossível considerarmos um único grande Vale do Silício multi-região.
Por isso são tão importantes os eventos que reunem empreendedores e investidores vindos de diferentes regiões. Por exemplo, estaremos em Porto Alegre no dia 28/9 para o 1.o Startup Meetup da região (registre-se aqui) tentando continuar nossa série de encontros pelo Brasil. A triagem de projetos feita pela Aceleradora ajuda a conectar empreendedores de várias regiões entre si, mas isso ainda é muito pouco. É preciso fazer bem mais que isso, e nossa parte já está planejada para 2011.
Conclusões
O ano zero brasileiro equivale a 20 ou 30 anos de atraso em relação ao mercado de seed money americano, se não for mais que isso. Temos um longo trabalho pela frente… É preciso que todos os investidores (tendo ou não um pipeline eficiente de projetos) façam algo pelo ecossistema: patrocinem eventos, patrocinem viagens, dêem mais atenção aos empreendedores que ainda estão em busca de projetos viáveis (ao invés do costumeiro “me avise, vamos tomar um café”).
Esse é meu recado para os senhores Eric Acher (Monashees), Simon Olson (FIR), Francisco Jardim (Criatec), Francisco Perez (Inseed), Martino Bagini (Astella), Carlos Guillaume (Confrapar), Humberto Matsuda (Performa), Ernesto Weber (Gávea Angels), Luiz Bruzadin (SP Anjos) e às empresas que desejam oferecer apoio, como a Microsoft, IBM, Intel, HP e outros. Incluam em sua agenda diária algo que movimente o ecossistema como um todo e de forma abrangente, não atendendo somente aos excelentes empreendedores mas também aos que precisam de ajuda. Essa é a hora de vocês saírem do lugar.
Pode ser que não precisemos de 30 anos para chegarmos a um ponto similar aos EUA. O movimento de Mini-VCs e Super-Angels aconteceu no último ano e meio, mudando completamente a cara do capital de risco do Vale do Silício. Esse movimento é capitaneado por caras como Dave Mcclure, Chris Dixon, Eric Ries, Brad Feld, David Cohen e o veterano Paul Graham. Para entender o novo mercado americano de capital de risco em tecnologia e compará-lo ao Brasil, passe a próxima meia hora vendo um de seus protagonistas: Naval Ravikant. E pense a respeito.
49 Comments on "2010 – o capital semente começa agora"
Aldo Giovani
21/09/2010Realmente, como empreendedor, dá pra perceber a mudança que está acontecendo este ano. Salta aos olhos.
Francisco Jardim
21/09/2010Acho que nós (VCs) tentamos enriquecer o empreendedor com conhecimento, mesmo quando declinamos um deal. Mas acho que vamos realmente contribuir para o "crescimento da torta", com cases de sucesso barulhentos.... esses sim impactam a sociedade, quebram paradigmas e estimulam o empreendedorismo de impacto... alem disso, estamos trabalhando duro para atrair mais investidores / cotistas, que no nosso país ainda nao possuem a cultura de investimentos de baixa liquidez (longo prazo) .... but the road is long....
yurigitahy
21/09/2010FJ, concordo que isso é parte da solução! As perguntas que ficam na minha cabeça quando ouço isso são:
1) A Endeavor é melhor que VCs para estimular o empreendedorismo de impacto... Mas concordo que atrair mais capital é uma atividade benéfica do VC em direção ao ecossistema.
2) Mesmo assim, de que adianta capital se a média das oportunidades tem baixa qualidade?
3) Quanto tempo vamos precisar com VCs atraindo cotistas e criando cases barulhentos para mudar o cenário brasileiro?
Será que não existem atividades mais diretas que um fundo de VC ou seed poderia se dedicar muito pouco a fazer, mas que trariam mais resultados e mais rápido? Por exemplo, em capacitação e estímulo à interação entre os empreendedores?
Sei que grande parte dos fundos de VC e seed brasileiros estão ainda começando suas atividades, e que é difícil investir em programas além do core-business (praticamente impossível, nos casos de fundos baseados em verbas públicas). Mas então a resposta é simplesmente "Vamos deixar os angels cuidarem de capacitação, quando eles estiverem por aí?"
Não é uma crítica, estou sim pedindo ajuda para formular uma resposta :)
André Chapetta
21/09/2010Como jovem estudante e profissional das áreas de empreendedorismo e inovação creio que o problema transcende as questões da capacitação técnica, fundamentação téorica e apoios institucionais - que realmente ainda deixam muito a desejar.
Penso que esses fatores são apenas consequências de um outro problema mais ainda profundo - cultural na verdade. O fato de que o empreendedorismo como mentalidade e competência ainda não possui a sua importância devidamente reconhecida pela sociedade e pela academia brasilera.
Somos uma sociedade conservadora, avessa ao risco, que não valoriza o empreendedor como força motriz da inovação de nossa indústria e economia. Nossa academia (do jardim de infância ao pós-doutorado) não estimula seus alunos a questionar o status quo e transformar a realidade a sua volta, a desenvolver um raciocínio integrador (criativo e analítico). Ela não estimula a curiosidade, a criatividade e autonomia - ela premia a obediência, a conformidade, e a eficiência em detrimento da validade.
Acho que se pretendemos realmente estimular a atividade empreendedora no Brasil, precisamos primeiro rever urgentemente alguns valores sociais e o papel de algumas institutuições.
A nós empreendedores cabe seguirmos sempre em frente a despeito das dificuldades, "evangelizarmos" o empreendedorismo a quem quer que seja e interagirmos e nos mobilizar, como muito bem colocado pelo Yuri.
Tudo isso aliás a Aceleradora está fazendo muito bem feito.
yurigitahy
21/09/2010Fala André! É importante ressaltar logo que esse post não está falando de despertar a cultura empreendedora (de novo, objetivos da Endeavor, universidades, governo, entre outros) e sim de melhorar de forma rápida e sistêmica a qualidade de projetos JÁ existentes e empreendedores já atuantes.
Em outras palavras, o escopo tratado no post é pegar o que está pronto e melhorar, e não de fomentar uma cultura nacional de fomento ao empreendedorismo - são iniciativas diferentes!
Millor Machado
21/09/2010Yuri,
Na gravação do episódio 3 do Empreendecast acabou surgindo uma discussão que não foi pro ar relacionada ao futuro das startups brasileiras.
Basicamente foi levantado o ponto de que existe realmente uma barreira à adoção de conceitos de customer development e financiamento de ideias iniciantes. Porém, uma perspectiva muito interessante é que existem alguns desbravadores partindo "na cara e na coragem" pra conseguir ganhar seu lugar ao sol. Conforme esses empreendedores forem conseguindo bons resultados, além da percepção de risco dos investidores diminuir, existe a tendência dos "desbravadores" se tornarem investidores-anjo e isso ajuda muito a formação da próxima geração de empreendedores.
Principalmente pelo fato dos conceitos do Vale do Silício chegarem cada vez mais rápido aos empreendedores brasileiros pela internet, acredito que levaremos muito menos do que 30 anos para botar esse ecossistema pra funcionar de forma mais estruturada.
Apesar de estarmos longe do estágio ideal, sou extremamente otimista em relação à evolução que tivemos em 2009 e 2010. Espero que até o final do ano ainda surjam mais iniciativas capazes de acelerar esse processo. E que 2011 seja um ano ainda melhor!
Abração
André Chapetta
21/09/2010Talvez a principal dificuldade da Aceleradora seja justamente não ter sido fundada nem por um fundo nem por um mega-anjo - tal qual Techstars e YCombinator.
Ou não?
yurigitahy
21/09/2010O Techstars roda em cima de patrocínio de empresas como Microsoft, escritórios de advogados, grandes empresas de infra-estrutura. Ou seja, as empresas que irão se beneficiar da existência de startups têm a consciência de que precisam incentivar o ecossistema, ou não vão ter novos deals, oportunidades em open innovation, entre outros. O YCombinator também não tinha o apoio da Sequoia no início.
Por exemplo, você deve fazer ideia do tamanho da verba da Microsoft para marketing, certo? O Bizspark patrocina o Techstars. Por que ele não patrocina a Aceleradora? Não faço ideia. Foi por falta de pedir? :) Não, não foi.
Mesmo assim, a coisa aqui é mais ampla. Não estou falando de Aceleradora, e sim de qualquer iniciativa direcionada a esse mercado nascente de seed money no Brasil. Seja o ResultsOn, Startup Meetup, Tire do Papel, todos eles precisam desse apoio, de quem puder vir. E a hora é agora!
André Chapetta
21/09/2010Concordo contigo que sem parcerias estratégicas o modelo não se sustenta.
dttg
21/09/2010lol ! Concordo contigo!
Pedro Sorrentino
23/10/2010Fala Yuri, tudo certo?
Acho que o Fabio Seixas do Camiseteria foi muito feliz com um cometário que fez no post do Marco no ReadWW.
Nós no Brasil vivemos praticamente em uma lacuna quando se trata de capital. O valor que uma GRP, Sequoia ou Foundry Group aportam é muito grande na maioria das vezes.
O que falta é construir a comunidade da base mesmo, como você falou.
Se temos São Paulo-Campinas-SãoCarlos, Recife e BH precisamos de um programa semelhante a Techstars ou Y Combinator por lá.
São 3 meses. 6% de de equity e o capital fornecido é o suficiente para você sobreviver nesses três meses. Depois com o evento no Boulder teather aí sim, quem precisar de capital vai atrás.
A hora é agora mesmo. Morando aqui em Boulder fica muito claro tudo isso. Pode até ser o ano do zero, mas em menos de 15 anos chegamos lá, com muito suor! O Buscapé abriu a porta.
Abs!
yurigitahy
21/09/2010Só deixando bem claro a que me refiro com apoio:
- pequenas verbas que seriam gastas com marketing e/ou viagens
- criando pequenos eventos de interação entre empreendedores
- eventos de interação entre investidos e a comunidade de empreendedores
- dedicando tempo às competições e eventos de startups
Entre outros.
Eric Santos
21/09/2010Yuri,
Sem querer fazer jabá (...), foi um dos pontos que eu abordei no meu último post:
http://www.manualdastartup.com.br/blog/repensando-a-formacao-dos-empreendedores-de-tecnologia/
Acho que falta formação aos empreendedores de Web aqui no Brasil, e os VCs de fato não estão contribuindo tão efetivamente nesse trabalho, especialmente se compararmos com esses investidores que você citou.
Os Meetups certamente ajudam nas questões de integração local e motivação, mas acho que falta um trabalho maior de fundamentação, de troca de best practices, algo na linha das conferências/workshops lá nos EUA, mesmo que seja para compartilhar as peculiaridades do "empreendedorismo tupiniquim".
Enfim, continuemos trabalhando com o que está ao nosso alcance...
Pode ter certeza que a Aceleradora certamente já tá contribuindo muito nesse sentido.
Abs!
dttg
21/09/2010Nosso mercado está fadado a ser dominado pelo primeiro player gringo que entrar com força, não acham? Pro empreendedor isso é bom, mas será que os VCs locais perceberam isso?
Vou anotar algumas ideias e postar no @rwwbr em breve.
Ótima discussão!
Simon Olson
22/09/2010Algums perceberam sim, outros nao. ;) Mas dito isso, eu acho que nossa mercado e tao complicado que nao vai ser tao facil para eles entrar nao.
Eduardo Bilman
21/09/2010O investidor no Brasil tem que ter cabeça de empreendedor, coisa que as vezes não tem. As coisas "começam do começo", e não do meio, com term sheets cabulosas, WACCs surpreendentes, fundos milionários sem ter onde colocar dinheiro... é certo que tem um risco alto, é certo que é dinheiro=poder, mas a ideia é que o investidor entre com o empreendedor junto no projeto, pense como ele, dê a mão para ele, e não dizer: "administre meu dinheiro segundo o seu business plan"
O que faz um VC ter "sucesso" são as dicas que dão, os apoios que dão, as empresas que ajudam a crescer, e não quem tem mais dinheiro. Tanto é que os VCs americanos citados no post são os que mais aparecem em blogs, videos, entrevistas, seja por iniciativa própria ou como referência (faltou Fred Wilson). Ou melhor ainda: Chris Dixon é empreendedor e investidor! Eles tem blogs, eles conversam cara a cara, respondem suas perguntas, brincam, criticam, e não ficam apenas montados em dinheiro esperando dizer: próximo!
Conheço 2 VCs no Brasil que tem blog e que conversam com os empreendedores de qualquer lugar do país. E esses que conheço ainda por cima não são brasileiros! Tenho vantagem de estar em SP e poder marcar um café com um VC ou outro, coisa que já fiz e que foram experiências excelentes, mas e o pessoal da Tesla? Será que não poderiam ter ficado em primeiro no desafio?
Estamos não 20 ou 30 anos atrasados, estamos 40 ou 50 anos, e temos que aproveitar o nosso mercado domestico e o aumento do poder aquisitivo da população. Vamos que vamos! Parabéns Yuri! Tô contigo e não abro!
Humberto Matsuda
22/09/2010Nosso mercado é muito parecido com o dos EUA há 20 anos atrás. Mas há 20 anos atrás lá as coisas eram feitas com muito mais participação e interação dos VCs. E há 40 anos atrás era arte! Por outro lado, hoje se discute lá se as coisas não deveriam voltar a serem feitas como há 20 anos atrás. O TechCrunch acabou de fazer uma entrevista dupla com um micro-VC e com um VC e abordou essa questão. Será que esse debate não ressoa aqui? (...)
dttg
22/09/2010bil, vc é o cara.
Willians Ferreira
25/11/2011Eduardo, você disse tudo quanto a facilitar para você por estar em SP. As coisas acontecem nos grandes centros, isto é uma grande verdade, porém, da mesma forma, boas ideias nascem em todos os lugares, as vezes inacreditáveis.
É possível você me adicionar no skype ( williansferreira ) e conversarmos sobre uma indicação de algum VC para nosso projeto? Te detalho ele assim que conversarmos, se puder.
No mais, penso que investidores do Brasil tem que abrir a mente, aprender a olhar nos olhos do empreendedor, sento perceptivo para descartar os aventureiros ao máximo, mas dar valor aos sérios, porque tem ideias e projetos maravilhosos morrendo nos braços de empreendedores que procuram e nunca acham o oxigênio financeiro para dar o startup.
Nem todos nascem em berço de ouro e por isto, precisam de apoio financeiro, moral, profissional, enfim, apoio e não desprezo.
Aguardo, parabéns pelo post e abraços
Willians Ferreira
dttg
21/09/2010OFF TOPIC - Gostei demais do trabalho dos meninos da Tesla, sem dúvida um dos projetos mais inovadores que vi recentemente. Empreendedores com determinação e indo a campo para resolver problemas, parabéns! Inclusive começo a achar que o brasileiro inova muito mais fora da internet, é apenas impressão minha ou faz sentido?
yurigitahy
22/09/2010O mercado interno de tecnologia "concreta" no Brasil tem MUITAS oportunidades tem várias décadas - característica de todo país emergente. Para que você vai mexer com um modelo não provado baseado na economia online se existem tantas chances de ganhar dinheiro grande com B2B e serviços não escaláveis?
Pra mim, isso é parte da explicação.
Humberto Matsuda
22/09/2010Isso acontece porque tem gente que pensa Private Equity mas vende Venture Capital.
dttg
22/09/2010100% agreed!
Gustavo Veloso
24/09/2010Síntese da causa da maioria dos impasses entre "VCs" e empreendedores.
Humberto Matsuda
22/09/2010Yuri,
Eu não vou usar este espaço pra fazer propaganda. Acho que no final do dia, quem não quiser trabalhar pra fazer o ecossistema florecer, vai acabar marginalizado. Por ser um mundinho muito pequeno e com a capacidade dos empreendedores em divulgar e se comunicarem bem, dificilmente algum player desse mercado (VC, anjo, gigante da indústria, universidade, empreendedor e acelerador) que der motivo (aka: cagar no pau) vai sair impune.
Concordo com o seu diagnóstico, mas discordo do seu prognóstico.
Com acesso a informação, brasilidades, e copy & paste, aqui já está rolando o movimento de micro-VC e os super Angels.
Pontuo ao dttg que ser investidor não é só aquele que investe em TI ou internet. Inovação é a verdadeira palavra da moda e é maior que um mercado ou dois. Grandes players assustam em mercados onde as condições lá são semelhantes (internet). Fora do virtual, doing business in Brazil é uma grande barreira de mercado. Ser um Davi contra um Golias tem vantagens e desvantagens!
Por fim, se alguém quiser falar com um VC (ou micro-VC ou super Angel) é só me escrever ou ligar (o Yuri tem meus dados). Se rolar algum evento, é só me convidar...
Abs,
Humberto Matsuda
dttg
22/09/2010concordo 100% com vc. Mas eu sou focado em web e acho que é o mercado mais barato para ser competitivo globalmente e ao mesmo tempo o que somos menos competitivos. A verdadeira inovação aqui está acontecendo abaixo do radar e longe da internet...
Vou ali fazer um groupon. abraço.
PS: a vantagem do doing biz in brazil é a desinformação de quem faz negócios e movimenta o mercado de serviços aqui. Quem entende isso se dá bem localmente. O difícil é escalar, mas eu ainda sonho com uma startup brazuca fazendo um hit global.
sebastian concept >>>
25/10/2010dttg, você não está sozinho.
Mas não é sonho não, a gente tem com que sim, só falta amadurecer um pouco.
Willians Ferreira
25/11/2011dttg, pode ficar tranquilo que a startup brazuca está para acontecer, aguardem.
Ela pode ser agilizada se encontrarmos a tempo um VC ou um Super Angel.
Mas de qualquer forma ela acontecerá e irá romper fronteiras.
Estou a procura amigos.
Abraços
Willians Ferreira
Simon Olson
22/09/2010Oi Yuri!
Otimo post!
Bem, algumas pensamentos.
Concordo com voce que 2010 realment e ano zero!
Eu tambem to vendo muito mudancas positivos no nossa mercado.
Infelizamente, nos ainda somos muito longe de onde nos precisamos ser.
Mas eu to super animado porque eu acho que o velocidade em que nossa mercado ta maturando e impressionante!!!!
Bem, eu acho que esta movimento dos "Super Angels" nos Estados Unidos nao vai ter muito efeito em nos.
Voce sabe porque?
Porque o modelo deles e desenvolver empresas, ajuda eles levantar capital empreendedor, e depois eles ser vendidas para uma grande empresa, ex. Google, Microsoft, Facebook, etc.
Nossa realidade e bem diferente.
A problema e seguiente: nos nao temos na nossa ecosistema bastante fundos de capital empreendedor capaz de sustentar todas esta empresas.
Entao, meu pior pessadelo e que ser um "super angel" vai virar moda aqui no Brasil.
Que vai acontecio?
Pessoas vai colocar pouco dinheiro nas empresas startup.
As empresas vai comeca decolar, mas quando chego o momento para uma segunda roudada de capital, eles nao vai achar o dinheiro porque nao vai ter bastante fundos de capital empreendedor sustentar esta empresas.
Isso e o que acontece com os fundos de capital empreendedor criado aqui na epoca de 1999-2000.
Que eles fizeram?
Eles investeram pouco dinheiro na muito empresas, achando que vai magicamente aparecer investidores para a segunda roudada.
Que acontecio?
Nao aparecer investidores nehumas e todas as empresas que tava andando bem, morreram por falta de dinheiro.
Entao, e bom que nos vamos ter mais angels, mas eu to preoccupado com que vai acontecer depois.
Quem vai dar dinheiro para esta empresas?
Vai ser dificil.
Entao, eu to super animado para o futuro e eu acho que nossa mercado vai comecar bombar, mas eu acho que nos precisamos ser inteligentes na maneira em que nos desenvolvemos o crescimento de nossa ecosistema.
Obrigado!
Um abraco,
Simon :)
yurigitahy
22/09/2010Boa Simon, gostei do seu ponto de vista.
marionogueira
22/09/2010De fato, em última análise, uma das raízes do problema é a falta de cenários de exit para os investidores.
Dividendos não são uma opção e IPO nem pensar. Sobram as aquisições como... quais mesmos? Não temos exemplos em quantidade que caracterizem um mercado. Se isso acontecesse, certamente seria mais fácil mover o resto da cadeia.
Marco Fisbhen
25/09/2010Mas a falta de cenários de exit é causa ou consequência da pouca movimentação do mercado?
Por um lado é claro que Angels já entram nas startups pensando em fazer exit, mas por outro lado tenho a impressão que os fatores definitivos de decisão de realização do aporte-anjo são (nesta ordem):
a) potencial de break-even operacional em curto prazo (todas as minhas conversas com anjos migravam rapidamente pra capacidade de "fazer dinheiro" no curto prazo)
b) escalabilidade do negócio
c) capacidade de gestão do empreendedor
Levando em consideração que (b) é base pra qualquer BP de startups e que (a) é um paradigma cultural de investimento-anjo brasileiro (não vejo no curto prazo aportes sendo feitos aqui no Brasil sem uma definição claríssima de "como é que vc vai ganhar dinheiro com isso?"); acho que pra haver de fato uma movimentação mais agressiva no sentido de aportes de investidores anjo precisamos de (c) movimentos coordenados de networking e troca de idéias e boas práticas pela comunidade de empreendedores.
Acho que a formação de uma sólida e ativa comunidade de empreendedores deve puxar pra cima a qualidade (e valuation) dos projetos, e é a partir daí que o ecossistema deve crescer.
Sinceramente não vejo como esse processo possa começar pela criação de cenários de exit...na minha opinião esses possíveis cenários seriam consequência e não causa da baixa movimentação do mercado.
marionogueira
25/09/2010Investidor só entra num negócio se houver uma perspectiva de exit (e não qualquer exit, mas um de retorno de pelo menos 10x). A empresa pode ser ótima em tudo, mas sem isso, não tem investimento.
É simples assim.
Dividendos não são páreo para rendimentos de aplicações muito mais seguras.
Por sua vez, exit não depende só da qualidade do empreendimento, mas também de uma série de fatores completamente externos a eles.
E é isso.
Ou você acha que a aquisição do BuscaPé no ano passado não influenciou absurdamente o aquecimento do nosso mercado? :)
No entanto, a coisa não precisa ser tão binária. Uma aquisição como a do BuscaPé incentiva alguns investidores mais corajosos num ciclo seguinte. Desses, talvez saiam alguns bons retornos. E, se tudo for bem, em mais algumas iterações dessas, teremos um mercado.
Então, é claro que a qualidade dos empreendimentos importa muito. Mas se um mercado que favoreça exits não os acompanhar, nada feito.
Eric Santos
29/09/2010Mario,
O que você falou está certo sob a ótica do VC, mas não necessariamente para os angels, especialmente aqui no Brasil. Minha experiência com eles foi mais na linha do que o Marco falou mesmo.
De qualquer forma, não podemos só ficar nos lamentando pela falta de exits e de um ecossistema favorável, até porque não há varinha mágica para consertar isso. Antes dos exits, não temos nem cases de sucesso 37Signals-like.
Temos que ver o que podemos fazer dentro da nossa capacidade limitada para ajudar o mercado. No meu ponto de vista nós, empreendedores (experientes ou iniciantes), temos que trabalhar na nossa formação coletiva, principalmente através da troca de experiências que são específicas do contexto brasileiro. Há muito pouca troca e debate aqui.
Abs
dttg
22/09/2010Link interessante -> http://gigaom.com/2010/09/21/angelgate-whos-thinking-about-the-startups/
Simon Olson
22/09/2010Oi Diego!
Otimo link, acabo de retweet agora!
Obrigado!
Bem, nos temos tanto desafios na nossa mercado, mas ainda assim, eu to super orgulhoso de fazer parte de nossa ecosistema.
Voce sabe porque?
Porque tudo mundo aqui sabe que o inimigo nao e angels, vcs, ou empreendedores, mas todos os outro fatores que mata empresas: beaurocracia, impostos, falta de dinheiro, falta de conhecimento, etc.
Eu faz tudo que eu posso para ajudar Angels como Michael Nicklas e outro fundos como Monashees, e eles tambem me ajudaram.
Eu vejo meu papel como promotor de empreendedorismo Brasileiro.
Quando eu recibo ligacoes de venture capitalists de fora ou journalistas, eu nao fala so sobre as empresas investidas minhas, eu tambem falo sobre Peixe Urbano (Monshees), Compra3 (SocialSmart), D'Accord Music Games (Criatec), e empresas que nao tem investidores como Migux, porque eu sei que nos temos ajudar os outros.
Tambem fazer tudo que eu posso ajudar RRWBR, Startupi, Saiu do Lugar, etc., porque eu sei que nos somos lutando para o mesmo objetivo: o successo de empreendedorismo Brasileiro.
Entao, pode ser que nos nao temos muito coisas como o Silicon Valley tem, mas ainda assim, eu prefero nossa cultura de companheirismo de que a clima que eles tem la no Silicon Valley recentemente.
Eles ta suicidando com o proprio espada.
Nada mata uma ecosistema mais rapido de que esta tipo de comportamento.
Nao sei se voces tava intendendo, mas aquele papo deles sobre, "Capital empreendedor e morte! Venture capitalists sao inimigos, etc." foi 100% marketing!
Ou seja, eles tavam fazendo isso para ganhar um maior participacao de mercado!
Eles criaram uma clima de paranoia e desconfianca e olha as frutas que ta gerando agora.
O comportamento ganhanciosa e irresponsavel de tipo assim 12 pessoas agora esta coloca o melhor ecosistema startup no mundo em perigo.
Marcelo Prata
22/09/2010Há um tempo atrás ouvi o @BobWollheim da ResultsOn dizer o seguinte: "Empreendedor é quem faz o cheque no final do mês". E como se faz cheques.
Quando o Yuri fala das iniciativas simples como patrocinar eventos e bancar viagens, ele está falando do básico.
Você tem idéia de quanto custa, além de tocar sua empresa totalmente com recursos próprios, ainda ter que viajar pra apresentar um sumário executivo? Pagar um almoço, pagar um café pra quem está tocando o negócios "na unha" (bootstrap) é um desperdício de tempo e recursos.
Ao mesmo tempo, algumas incubadoras se tornaram condomínios de sublocação de salas. Sem gestão, os incubados utilizam espaços para afagarem projetos que, sabe-se lá, virarão alguma coisa de concreta algum dia.
Muitas vezes tive a sensação de ser um touro em uma tourada. Sendo espetado pela realidade, com as contas que não esperam análise nenhuma, e à minha volta, investidores assistindo.
Poderia ter sido diferente? Sem dúvida. Poderia ter ficado com um plano de negócios embaixo do braço, participando de tudo quanto é evento e desenvolvendo uma úlcera de tantos "cafés".
Tomei a decisão de lançar o negócio e assumir os riscos que isso implicaria. Deu certo, mas e se não tivesse dado? Coisas simples, como as que mencionou o Yuri, teriam tornado as coisas mais tranquilas.
Queremos modelos testados pelo consumidor final? Isso custa! Quem vai pagar a conta? Ou pelo menos, ser solidário no risco?
Queremos planos de negócios e idéias no papel? Então paguemos por isso sem exigir fluxo de caixa e volumes de negócios.
Todos precisamos saber o que queremos.
Haim Mesel
22/09/2010Yuri, excelente post! Concordo com você que precisamos, todos, fazer algo pelo ecossistema de empreendedorismo / inovação.
Nós, do Criatec, desde do início de nossas atividades, temos trabalhado intensamente em ações de estímulo a este ecossistema, tendo apoiado vários eventos (inclusive o Desafio 2010) e feito outras ações que consideramos que sejam estruturadoras.
Contudo, considero que nossa maior contribuição, até o momento, seja ter feito cerca de 30 investimentos, em empresas de sete estados diferentes, em pouco mais de dois anos e meio de atividade.
Certamente, estes investimentos repercutirão e inspirarão novos empreendedores.
Grande abraço, Haim Mesel
Gustavo Veloso
24/09/2010Obra-prima de post!
Essa página representa o marco zero da nova fase do empreendedorismo no Brasil, a forma como todos nós aqui sonhávamos há algum tempo.
Deixemos de lado essa discussão de qual região se tornará o Vale do Silício brasileiro, vamos nos unir, assumir nossas diferenças, trabalhá-las em nosso proveito e criar um verdadeiro ecossistema simbiótico entre investidores e empreendedores. Não precisa ser um jogo de soma zero.
alvares
25/09/2010Gosto de compartilhar minha visão em discussões interessantes como essa.
Há alguns dias ouvi Simon Olson falar sobre um tema que nós empreendedores vivemos bem, o "timing" correto para a prática das ideias e os investimentos.
A opinião aqui neste debate, quase unânime, é que o mercado brasileiro está muito atrasado comparado ao mercado americano e não discordo, mas acho que o processo é sinérgico, o mercado se faz da experiência e da realidade de empreendedores junto a investidores, de mãos dadas.
Se algo precisa ser feito, são todos os envolvidos no processo amadurecerem seus conceitos para que o atraso seja recuperado em bem menos tempo.
A verdade é que os brasileiros também sofrem de uma cultura subestimada, que inovação de verdade é aquela que vem de fora de nosso país para dentro. Nunca vi isso acontecer tanto como nos dias de hoje, mas também vejo vários projetos brasileiros que por falta de incentivos e conhecimento, não amadurece no mercado local. A mesma ideia ou modelo de negócios vem de fora e engole outra vez a fatia de nosso mercado.
Voltando ao assunto inicial tão bem lembrado por Simon Olson, o timing acaba sendo sufocado por tentativas frustadas de gente querendo empreender e de investidores num processo infinito de análises. É claro que esta é uma visão generalizada, não estou aqui apontando x ou y.
Se estamos tão atrasados, é porque o timing também está atrasado. Só que não há mais tempo para esperar. O modelo de empreendedorismo e o de VCs no Brasil devem caminhar juntos com muito mais intensidade até que se perca a sensação de que o empreendedor é um vendedor de ideias batendo porta a porta e solicitando aporte para seus negócios. Está na hora de começarmos a enxergar isso como oportunidades de crescimento ao nosso ecossistema.
Alvares
25/09/2010Gosto de compartilhar minha visão em discussões interessantes como essa.
Há alguns dias ouvi Simon Olson falar sobre um tema que nós empreendedores vivemos bem, o "timing" correto para a prática das ideias e os investimentos.
A opinião aqui neste debate, quase unânime, é que o mercado brasileiro está muito atrasado comparado ao mercado americano e não discordo, mas acho que o processo é sinérgico, o mercado se faz da experiência e da realidade de empreendedores junto a investidores, de mãos dadas.
Se algo precisa ser feito, são todos os envolvidos no processo amadurecerem seus conceitos para que o atraso seja recuperado em bem menos tempo.
A verdade é que os brasileiros também sofrem de uma cultura subestimada, que inovação de verdade é aquela que vem de fora de nosso país para dentro. Nunca vi isso acontecer tanto como nos dias de hoje, mas também vejo vários projetos brasileiros que por falta de incentivos e conhecimentos, não amadurece no mercado local. A mesma ideia ou modelo de negócios vem de fora e engole outra vez a fatia de nosso mercado.
Voltando ao assunto inicial tão bem lembrado por Simon Olson, o timing acaba sendo sufocado por tentativas frustadas de gente querendo empreender e de investidores num processo infinito de análises. É claro que esta é uma visão generalizada, não estou aqui apontando x ou y.
Se estamos tão atrasados, é porque o timing também está atrasado. Só que não há mais tempo para esperar. O modelo de empreendedorismo e o de VCs no Brasil devem caminhar juntos com muito mais intensidade até que se perca a sensação de que o empreendedor é um vendedor de ideias batendo porta a porta e solicitando aporte para seus negócios. Está na hora de começarmos a enxergar isso como oportunidades de crescimento ao nosso ecossistema.
harlley
25/09/2010Sensacional esse post e também a qualidade da discussão nos comentários.
"Pouquíssimas startups entre as 24 semi-finalistas do Desafio realmente fizeram pesquisas junto aos seus usuários finais".
Sou programador e designer de interação. Vejo que a maior parte dos projetos web que vão para o ar, são iniciativas de programadores, com espírito empreendedor. Porém nem sempre as ideias iniciais são bem trabalhadas, indo a campo fazer observação, envolvendo usuários, pesquisa de mercado, tendo um bom acabamento, etc.
O que não falta no Brasil, é problema pra ser resolvido. Acho que tá faltando uma melhor interação entre designers (galera que conhece as técnicas pra gerar inovação, mas acabam quase sempre ficando só nos conceitos) e os programadores, que tem condições de transformar essas ideias em código. E claro, investidores.
Designers empreendedores + Programadores empreendedores + Investidores = Startups inovadoras = Silicon Valley Tupiniquim
Luiz Bruzadin
26/09/2010Yuri, parabéns pelo post! Só gostaria de esclarecer que apesar de ser um associado à São Paulo Anjos, não ocupo dentro da associação qualquer cargo representativo, ou seja, falo apenas em meu nome e não pela associação. Dentro de minhas limitações de tempo e de geografia estou sempre pronto para atender aos empreendedores que quiserem comhecer as minhas opiniões sobre a viabilidade de seus projetos. Também fico à sua disposição para apoiar presencialmente iniciativas que promovam o ecossistema.
André Chapetta
29/09/2010O post do Marco Gomes hoje no RWWB (http://bit.ly/ahb6KA) assinala um ponto que eu acho interessante ressaltar e até mesmo debater:
No Brasil faltam executivos bem relacionados o bastante para atrair investidores estrangeiros?
Pelo que já li, principalmente no Venture Hacks, no mercado de VC norte-americano leva-se muito a sério a questão das "introductions".
Será que talvez não esteja nos faltando um pouquinho de representatividade entre os gringos?
O que vc acham?
Roberto Fermino
26/10/2010Antes de resolvermos problemas de falta de investimento precisamos resolver o problema de linguagem. É sábido que investidores VC e empreendedores não falam a mesma língua, o angel teria este papel de ser o intérprete do processo, mas no Brasil o número de angels que estão comprometidos é tão reduzido que dificilmente este problema se resolverá no curto prazo.
Outro problema é não existir faixas claras de investimento por amostragem, o que dificulta o entendimento dos mecanismos de investimentos por parte do empreendedor e arrasta o processo de tomada de decisão do investidor.
Por fim, deixo uma pergunta que venho tentando procurar a resposta e não a encontrei ainda...Qual é o real funcionamento do investimento seed aqui no Brasil?